Um dos grandes cuidados que a família deve ter é o de trabalhar a autonomia da criança, à medida que ela vai adquirindo condições para assumir suas tarefas e responsabilidades.
Penso que uma criança, quando aprende a ler já não precisa da assistência direta dos pais para fazer as tarefas de casa. Toda vez que ela apresentar uma dúvida peça a ela que releia com atenção e veja se é capaz de resolver sozinha a questão. Se conseguir, deve receber palavras de elogio e incentivo, pois o ser humano reage de acordo com a expectativa que se tem dele. Para a criança será uma conquista e ela com certeza vai desejar ver essa cena repetida.
Naturalmente a família, conhecendo o filho que tem e suas aptidões, deverá então dosar esse acompanhamento, não oferecendo a ele mais do que precisa e também não negligenciando se a dificuldade é real.
Muitas crianças, por desejarem maior atenção dos pais ou mesmo por acomodação usam membros da família como verdadeiras muletas, para resolver todos os seus problemas, e é muito fácil os pais caírem nessa armadilhas criadas, mesmo que de maneira inconsciente, pelos seus filhos.
A grande questão é que quando você resolve o problema, você não está ajudando, mas reforçando uma dependência indesejável, que prejudicará o aluno, gerando insegurança para ele agir quando tiver de se virar sozinho. É o caso, por exemplo, de alunos que têm pavor de fazer avaliações. As temidas provas desestabilizam. Nesse momento ele está só e pode ser que ele não tenha aprendido a agir sozinho.
Sabemos que as estruturas humanas são complexas e por vezes o sentimento de culpa da mãe que trabalha o dia todo fora e que se sente em débito com o filho leva a ações impensadas, como forma de compensação. Às vezes a própria carência da mãe, sobrevivente nesse mundo impiedoso anseia por um momento onde ela possa dar de si e se sentir reconfortada.
Tudo pode ser compreendido e aceito, mas temos que lembrar sempre que somos os adultos da relação e que cabe ao adulto orientar e mostrar o caminho para que a criança possa caminhar “só” e segura.
Até a próxima,
Um Abraço,
Maria
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